A Ditadura da Alegria
- espacoohanaom
- 27 de mar.
- 2 min de leitura

Foi promulgada hoje a nova Constituição de minha mente.
Este é o fim da democracia.
É a ditadura da ALEGRIA.
No país chamado Eu, conto histórias das mais incríveis sobre mim. Penso que sou, invento que sinto, embasada em pensamentos que insisto em cultivar.
Este é o fim de toda mágoa, tristeza e desalento. Aqui não há análise. Neste reino, abolimos os tratamentos que buscam explicar as lamúrias.
Os psicólogos ficarão perdidos e os bruxos e bruxas dominarão esta terra. Apenas encantos para bem-aventurança são permitidos.
Ninguém cavará buraco algum, tampouco fará uma avaliação minuciosa sobre a mente.
Aqui, não tratamos com mentirosos. Se ela (a mente, mente), vai falar e não será ouvida.
O que vier dela será tratada com a mais profunda indiferença, pois nossos soldados estão armados com a espada da alegria.
A mente gritará pelas ruas, derramará suas lágrimas e pedirá alimento. Nenhum cidadão pode lhe dar abrigo, ouvidos ou quinhão. A pena é ser expulso da terra da Alegria e se misturar com a ilusão.
Mas o trauma, a pecha, os nervos?
Todos estes itens, segundo nossas normas, serão arremessados longe de nossas terras com o poder de nosso mantra costurado no brasão: "Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare, Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare"!
E sem tempo para lamento, choros e velas, nossos patriotas terão uma única função: mostrar bem esses dentes, sem masmorras de ferro que inibem a alma e o coração... sorrir na cara de sua própria piada e cantar forte o mantra que relembra: eu nasci foi em Vrindavana... no mundo da dualidade, eu escolho minha emoção.
P.S.: não pense em sair... viajar... ir a algum lugar... Vrindavana está aqui. É a Terra Pura do Senhor Amituofo... é a presença absoluta no agora.
Alegria é uma palavra, que não se aproxima em nada de sat-chit-ananda, mas, por votação, ganhou a maioria. Ditadura, ainda que tardia.⚜️
🟡🟡🟡






Comentários